Alckmin diz que próxima meta do governo é acabar com o IPI

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento também disse que o governo pretende criar um modelo de financiamento de exportações.



O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que a próxima meta do governo é acabar com o IPI e disse que a reforma tributária “é essencial para a indústria”. Alckmin participa como convidado na primeira reunião do conselho da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), em São Paulo.


Alckmin também disse que o governo pretende criar um modelo de financiamento de exportações, mas não explicou se o recurso se destinaria aos compradores ou produtores. “Perdemos mercado pra a China, perdemos mais de 30% do mercado exportador. Por que? Porque a China ocupou o espaço do Brasil, porque ela financia o importador”, afirmou Alckmin.


No encontro com Alckmin, o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, disse que os empresários não querem “retrocesso” na esfera trabalhista. Essa foi a primeira reunião da entidade após o recesso.

“Sobre a reforma trabalhista, precisamos discutir para aperfeiçoá-la ainda mais. Importante estar aberto a discussões, mas discussões que não sejam retrocesso. A CLT é de 1945 e o mundo mudou muito desde então”, disse Josué.


Durante sua fala, Alckmin disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “já falou que não vai revogar nem a reforma trabalhista, nem a reforma previdenciária”.


BNDES


Alckmin afirmou que o governo Lula lançará um programa de financiamento ao comércio exterior por intermédio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ele, no entanto, não deu detalhes sobre as fontes de financiamento do eventual programa.


"O BNDES pode buscar recursos lá fora, a custo menor e ajudar a financiar. Então o que é que o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, tem destacado? A questão da economia verde que precisa ser incentivada, a questão digital. É importante ter um programa para ajudar a exportação, porque estamos falando de emprego aqui dentro do país. O comércio exterior é cada vez mais relevante. E é exportação e importação também", disse após participar da reunião da Fiesp.


Indagado sobre o plano do governo para realizar a reforma tributária ainda no primeiro ano de mandato de Lula, diante de uma oposição significativa no Congresso — principalmente no Senado —, Alckmin disse que a reforma tributária é uma necessidade do país.


"A reforma tributária não é de governo nem de oposição, ela é do país. Nós precisamos sair desse cipoal tributário em que estamos, um verdadeiro manicômio tributário, é preciso simplificar isso. E as reformas vão nesse sentido, é simplificar e trazer mais segurança jurídica", afirmou o vice-presidente, dizendo ainda que a reforma tributária envolve um processo de desburocratização porque "o custo para pagar imposto é altíssimo".


Alckmin também afirmou que o governo pode "aperfeiçoar" reformas já aprovadas, a exemplo da trabalhista.

"O presidente Lula tem destacado o caso dos entregadores, pessoas que entregam produtos, alimentos e não têm nenhuma proteção nem de seguridade, nem de saúde. Hoje em dia tem novas plataformas digitais, então é importante discutir, conversar, não tem nada definido, mas sempre é possível melhorar e aperfeiçoar".


Crise na Fiesp


Indagado pelo Valor se apoia a manutenção de Josué Gomes como presidente da Fiesp, Alckmin disse que o tema "é assunto interno" da federação. Diretores de cerca de 80 sindicatos vivem um embate com Josué há cerca de dois meses. Eles cobram maior dedicação do presidente da entidade às pautas regionais dos sindicatos. Uma assembleia para discutir o assunto está marcada para a tarde desta segunda-feira (16/01/2023).


"Mas quero registrar o meu enorme apreço pelo presidente da Fiesp, pelo Josué. Grande industrial, uma grande liderança e espero que a questão logo se resolva, porque é importante [a Fiesp] estar unida. Vamos fortalecer muito esse laço aqui com a Fiesp para poder caminharmos na recuperação da Indústria, que é valor agregado, emprego, salário mais alto", respondeu o vice.


Durante discurso a uma plateia de cerca de 250 empresários da entidade da indústria, Alckmin disse que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), participará da reunião de diretoria da Fiesp no dia 30 de janeiro.


Fonte: Valor Econômico, 16/01/2023.

26 de novembro de 2025
O Lucro da Exploração é um incentivo fiscal estabelecido por legislação com mais de 40 anos de vigência, regido pelo Decreto Lei 1.598 e pela MP 2.199, aplicável a empresas que possuam projetos protocolizados e aprovados para instalação, ampliação, modernização ou diversificação na SUDAM ou SUDENE até dezembro de 2028. O incentivo principal concedido é a redução de 75% do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), incluindo adicionais não-restituíveis, por um período de 10 anos, para projetos enquadrados em setores prioritários. Para se qualificar, a Pessoa Jurídica deve apurar o Lucro Real e ter o empreendimento situado na área da SUDENE (ou SUDAM) com pleito aprovado e enquadramento em setores prioritários, conforme o Decreto 4.213/2002 e atos do CONDEL/SUDENE. O benefício do LEX gera um impacto imediato no caixa e possibilita a recuperação dos últimos 5 anos. No entanto, a complexidade da apuração do Lucro da Exploração, que deve ser baseada apenas nas atividades operacionais incentivadas, exige uma análise minuciosa que vai além da simples aplicação do percentual de redução. LEX e Lucro Real: as complexidades da base de cálculo A apuração do Lucro da Exploração se distingue do Lucro Real, pois visa isolar o resultado proveniente da atividade incentivada. Enquanto a lógica do Lucro Real é buscar a menor base para o menor débito, no cálculo do LEX, o objetivo é, muitas vezes, buscar a maior base possível para maximizar o benefício. O cálculo do LEX é feito a partir do lucro líquido do período-base, ajustado por adições e exclusões específicas. Essas adições e exclusões não são necessariamente as mesmas do Lucro Real, e a correta aplicação dos critérios pode gerar oportunidades significativas de incremento no benefício. A aplicação prática e a maximização desse benefício exige uma análise profunda e multifacetada, não se trata apenas de aplicar uma regra geral, mas de interpretar nuances da legislação e da operação da empresa que podem revelar créditos e oportunidades inéditas. A necessidade de análise proativa Empresas que se beneficiam do LEX são, em geral, grandes corporações que demandam uma análise cautelosa devido aos valores expressivos envolvidos. A adaptação das regras contábeis e fiscais para otimizar a apuração do LEX exige um planejamento estratégico e uma compreensão profunda das nuances legislativas e da jurisprudência . Garantir o compliance e, ao mesmo tempo, maximizar a redução de 75% do IRPJ demanda a aplicação de metodologias de cálculo que considerem as especificidades de cada incentivo (como o tratamento das subvenções e o recálculo do adicional). A capacidade de identificar e aplicar essas oportunidades interdependentes representa uma vantagem competitiva crucial.  Metaforicamente , lidar com a legislação do Lucro da Exploração e seus incentivos associados é como pilotar um navio em águas complexas: a rota principal (a redução de 75%) é conhecida, mas o verdadeiro valor e a eficiência da viagem residem em identificar e aproveitar as correntes marítimas e ventos favoráveis (as oportunidades diferenciadas) que exigem um know-how especializado para serem plenamente capitalizadas.

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