Os dez principais erros em transformação digital

Malu Wozniack

A transformação digital é vital para as corporações. Não se trata de um diferencial, mas sim de condição para a sustentabilidade e expansão dos negócios. Entretanto, por vezes, o conceito é mal compreendido e o processo equivocadamente conduzido. Convém, então, apontar esses desvios, com o intuito de contribuir para a correção de rumos. Neste sentido, listei os dez mais recorrentes erros em transformação digital e compartilho aqui com vocês. Caso se identifique com um ou mais, não hesite: procure sanar, que seguramente seu objetivo de construir uma cultura digital em sua organização será alcançado.


Começo pelo erro de focar a transformação digital na redução dos quadros. Não! A busca pela transformação digital não pode ser norteada pelo intento de reduzir custos cortando colaboradores. O raciocínio precisa ser diferente: a transformação digital vem para um melhor aproveitamento de seus talentos.


Quando falamos em transformação digital, falamos em adoção de soluções de tecnologias da informação – robotização, inteligência artificial, hiperautomação – que tornem processos e operações mais ágeis, eficientes, seguros. Não para meramente substituir o profissional, mas para realizar tarefas e atividades em escala e acuidade impossíveis de serem efetuadas pelo ser humano. É por aí que, ao se ganhar em eficiência, diminuem-se os custos.


Logo, um segundo equívoco é acreditar que com a transformação digital nenhuma pessoa será mais necessária. Ao contrário. A transformação digital fornece às empresas um leque muito mais amplo de dados, informações e possibilidades, que, para serem interpretados e estrategicamente incorporados, demandam inteligência humana.


Um terceiro equívoco é aplicar a transformação digital pensando nas atividades como elas são realizadas hoje. Não é por aí. O caminho é iniciar um processo de transformação digital mirando resultados desejados a partir dela.


Erro quatro: isolar um determinado setor, ou área, para nele aplicar a transformação digital. A transformação digital deve ser transversal e buscar o maior número de pessoas e áreas envolvidas, do início ao fim do processo. Não é algo para ser aplicado de forma compartimentada, criando ilhas dentro da organização.


Chego à metade da lista: manter processos iguais aos que são feitos atualmente, “porque sempre foi assim”. Quando falamos em transformação digital o ato de transformar não se limita a modificar algo do analógico para o digital. Significa transformar processos, atividades em sua essência, repensar cada etapa, cada detalhe, sistema e pessoas envolvidas, para jogar tudo fora e construir do zero, sem dó.


Sexto equívoco: apostar em uma “bala de prata”, isto é, apostar em uma ferramenta ou método de maneira isolada. O correto é combinar diferentes soluções de tecnologia, tais como inteligência artificial, RPA (robotic process automation), analytics, nuvem, integrações e muito mais.


O erro número sete é acreditar que se faz transformação digital em curto prazo. Qualquer transformação digital leva de seis meses a um ano para se concretizar, no mínimo. Exige paciência, confiança e investimentos.


A transformação digital não pode se centrar em uma iniciativa de um gestor ou de uma equipe, sem respaldo do alto comando da organização. Este é o oitavo erro: não ter apoio da alta gestão para provocar e gerar mudanças efetivas. Fatalmente a transformação será barrada por alguém que não quer que mexam no “queijo” dela.


Foco no objetivo da transformação digital, porque um nono erro a ser apontado é o de criar projetos concorrentes para apagar incêndios. É um equívoco, porque na prática eles até podem apagar uma chama, mas acabam atrapalhando o curso do processo, e levar a novas labaredas.


Por fim, uma orientação: estabelecer um líder para tocar a transformação digital. Mas um líder com autonomia. Porque é este o décimo erro que listo: não designar um profissional para ser o timoneiro do processo, com autonomia e conexão direta com o CEO.



Recapitulando os dez principais erros em transformação digital, em tópicos:


  • 1. Focar na redução de pessoas;
  • 2. Acreditar que com a transformação digital mais nenhuma pessoa será necessária;
  • 3. Pensar nas atividades como elas são hoje, quando o correto é repensar focando o resultado desejado;
  • 4. Isolar em uma área ou poucas; a transformação digital deve ser transversal;
  • 5. Manter processos iguais aos que são feitos atualmente;
  • 6. Deixar de combinar diferentes soluções de tecnologia e usar apenas uma “bala de prata”;
  • 7. Acreditar que a transformação digital se faz em curto prazo;
  • 8. Não ter apoio da alta gestão (CEO) para provocar e gerar mudanças efetivas;
  • 9. Criar projetos concorrentes para apagar incêndios, que acabam atrapalhando a transformação digital;
  • 10. Não estabelecer um líder para a transformação digital com autonomia, que tenha que se subordinar à hierarquia tradicional.


Não se assuste! São equívocos a que todos estamos sujeitos, contudo, são absolutamente contornáveis. E, ao final, os ganhos, que não são imediatos nem efêmeros, mas consistentes e sustentáveis, tanto para sua empresa como para seu ecossistema, valem todos os esforços. Mãos à obra!


Fonte:  https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/gazzconecta-colab/os-10-principais-erros-em-transformacao-digital/


26 de novembro de 2025
O Lucro da Exploração é um incentivo fiscal estabelecido por legislação com mais de 40 anos de vigência, regido pelo Decreto Lei 1.598 e pela MP 2.199, aplicável a empresas que possuam projetos protocolizados e aprovados para instalação, ampliação, modernização ou diversificação na SUDAM ou SUDENE até dezembro de 2028. O incentivo principal concedido é a redução de 75% do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), incluindo adicionais não-restituíveis, por um período de 10 anos, para projetos enquadrados em setores prioritários. Para se qualificar, a Pessoa Jurídica deve apurar o Lucro Real e ter o empreendimento situado na área da SUDENE (ou SUDAM) com pleito aprovado e enquadramento em setores prioritários, conforme o Decreto 4.213/2002 e atos do CONDEL/SUDENE. O benefício do LEX gera um impacto imediato no caixa e possibilita a recuperação dos últimos 5 anos. No entanto, a complexidade da apuração do Lucro da Exploração, que deve ser baseada apenas nas atividades operacionais incentivadas, exige uma análise minuciosa que vai além da simples aplicação do percentual de redução. LEX e Lucro Real: as complexidades da base de cálculo A apuração do Lucro da Exploração se distingue do Lucro Real, pois visa isolar o resultado proveniente da atividade incentivada. Enquanto a lógica do Lucro Real é buscar a menor base para o menor débito, no cálculo do LEX, o objetivo é, muitas vezes, buscar a maior base possível para maximizar o benefício. O cálculo do LEX é feito a partir do lucro líquido do período-base, ajustado por adições e exclusões específicas. Essas adições e exclusões não são necessariamente as mesmas do Lucro Real, e a correta aplicação dos critérios pode gerar oportunidades significativas de incremento no benefício. A aplicação prática e a maximização desse benefício exige uma análise profunda e multifacetada, não se trata apenas de aplicar uma regra geral, mas de interpretar nuances da legislação e da operação da empresa que podem revelar créditos e oportunidades inéditas. A necessidade de análise proativa Empresas que se beneficiam do LEX são, em geral, grandes corporações que demandam uma análise cautelosa devido aos valores expressivos envolvidos. A adaptação das regras contábeis e fiscais para otimizar a apuração do LEX exige um planejamento estratégico e uma compreensão profunda das nuances legislativas e da jurisprudência . Garantir o compliance e, ao mesmo tempo, maximizar a redução de 75% do IRPJ demanda a aplicação de metodologias de cálculo que considerem as especificidades de cada incentivo (como o tratamento das subvenções e o recálculo do adicional). A capacidade de identificar e aplicar essas oportunidades interdependentes representa uma vantagem competitiva crucial.  Metaforicamente , lidar com a legislação do Lucro da Exploração e seus incentivos associados é como pilotar um navio em águas complexas: a rota principal (a redução de 75%) é conhecida, mas o verdadeiro valor e a eficiência da viagem residem em identificar e aproveitar as correntes marítimas e ventos favoráveis (as oportunidades diferenciadas) que exigem um know-how especializado para serem plenamente capitalizadas.

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