Bancada Ruralista busca exclusão de contribuição na Reforma Tributária para evitar aumento no custo dos alimentos

A bancada ruralista, um dos grupos mais influentes e organizados no Congresso, apresentou propostas para modificar a PEC (proposta de emenda à Constituição) da Reforma Tributária no Senado.


O principal objetivo do grupo é eliminar a brecha que cria a contribuição estadual, a qual, de acordo com especialistas em tributação, pode aumentar o preço de produtos no mercado interno e afetar o custo de transporte e itens industriais, como alimentos.


Essa nova taxa foi adicionada de última hora ao texto da Reforma Tributária na Câmara, autorizando os estados a cobrar contribuições sobre produtos primários e semielaborados para financiar fundos estaduais.


O deputado Pedro Lupion (PP-PR), presidente da bancada, afirmou que há pontos a serem avançados no Senado, com o objetivo de eliminar completamente o artigo que trata dos fundos estaduais, considerando-o prejudicial aos produtores rurais. Essa inclusão ocorreu no último minuto a pedido dos governadores, deixando uma possibilidade aberta para a taxação dos produtores.


A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que representa cerca de 50 dos 81 senadores, entregou uma lista de demandas ao senador Efraim Filho (União Brasil-PB), coordenador e relator do grupo de trabalho da Reforma Tributária no Senado, em uma reunião realizada na terça-feira (1º).


Efraim destacou que a solução pode ser alcançada de duas maneiras: através de um aperfeiçoamento da redação para garantir segurança jurídica e evitar tributação adicional para os produtos agrícolas, ou por meio de uma emenda supressiva, eliminando completamente o artigo. Ele enfatizou a importância do diálogo com as bancadas do Senado, o governo federal e o setor produtivo para tomar a melhor decisão.


Outra demanda da FPA é que os produtos rurais tenham uma alíquota menor que a alíquota padrão proposta na Reforma Tributária. Na Câmara, a bancada conseguiu aprovar uma taxação 60% menor que o patamar padrão, mas agora, no Senado, busca-se uma redução de 80%.


O objetivo é garantir a competitividade do setor agropecuário, mas ainda não houve um compromisso claro do senador Efraim em relação a essa nova solicitação dos ruralistas.


A bancada ruralista também quer que o Senado amplie os benefícios para que os produtores rurais sejam isentos. O texto aprovado na Câmara prevê isenção para produtores com receita anual de até R$ 3,6 milhões, mas a proposta é elevar esse limite para R$ 4,8 milhões por ano.


Além disso, os ruralistas buscam ajustes na proposta para evitar margens e brechas que possam prejudicar produtos rurais. Um exemplo é garantir que a isenção dos itens da cesta básica seja aplicada desde a finalização do produto.


Outra medida defendida é impedir que estados e o Distrito Federal aumentem a alíquota do ICMS durante a transição até 2033, como forma de compensar a entrada em vigor do novo imposto.


Questionado sobre a possibilidade de a bancada ruralista votar contra a Reforma Tributária caso não sejam feitas alterações na PEC, especialmente em relação à brecha da contribuição estadual, o presidente da frente parlamentar respondeu que negociará todos os pontos, pois têm 50 senadores e, se necessário, farão ajustes em nova votação na Câmara.


Os parlamentares ruralistas esperam que Efraim e o relator, senador Eduardo Braga (MDB-AM), atendam a todas as demandas do setor. Entretanto, as discussões em torno da Reforma devem durar entre 60 e 90 dias no Senado, de acordo com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que informou esse prazo aos senadores encarregados do tema. Para aprovar uma PEC, são necessários 49 votos dos 81 senadores.


Fonte: BizNews/br, 03/08/2023

26 de novembro de 2025
O Lucro da Exploração é um incentivo fiscal estabelecido por legislação com mais de 40 anos de vigência, regido pelo Decreto Lei 1.598 e pela MP 2.199, aplicável a empresas que possuam projetos protocolizados e aprovados para instalação, ampliação, modernização ou diversificação na SUDAM ou SUDENE até dezembro de 2028. O incentivo principal concedido é a redução de 75% do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), incluindo adicionais não-restituíveis, por um período de 10 anos, para projetos enquadrados em setores prioritários. Para se qualificar, a Pessoa Jurídica deve apurar o Lucro Real e ter o empreendimento situado na área da SUDENE (ou SUDAM) com pleito aprovado e enquadramento em setores prioritários, conforme o Decreto 4.213/2002 e atos do CONDEL/SUDENE. O benefício do LEX gera um impacto imediato no caixa e possibilita a recuperação dos últimos 5 anos. No entanto, a complexidade da apuração do Lucro da Exploração, que deve ser baseada apenas nas atividades operacionais incentivadas, exige uma análise minuciosa que vai além da simples aplicação do percentual de redução. LEX e Lucro Real: as complexidades da base de cálculo A apuração do Lucro da Exploração se distingue do Lucro Real, pois visa isolar o resultado proveniente da atividade incentivada. Enquanto a lógica do Lucro Real é buscar a menor base para o menor débito, no cálculo do LEX, o objetivo é, muitas vezes, buscar a maior base possível para maximizar o benefício. O cálculo do LEX é feito a partir do lucro líquido do período-base, ajustado por adições e exclusões específicas. Essas adições e exclusões não são necessariamente as mesmas do Lucro Real, e a correta aplicação dos critérios pode gerar oportunidades significativas de incremento no benefício. A aplicação prática e a maximização desse benefício exige uma análise profunda e multifacetada, não se trata apenas de aplicar uma regra geral, mas de interpretar nuances da legislação e da operação da empresa que podem revelar créditos e oportunidades inéditas. A necessidade de análise proativa Empresas que se beneficiam do LEX são, em geral, grandes corporações que demandam uma análise cautelosa devido aos valores expressivos envolvidos. A adaptação das regras contábeis e fiscais para otimizar a apuração do LEX exige um planejamento estratégico e uma compreensão profunda das nuances legislativas e da jurisprudência . Garantir o compliance e, ao mesmo tempo, maximizar a redução de 75% do IRPJ demanda a aplicação de metodologias de cálculo que considerem as especificidades de cada incentivo (como o tratamento das subvenções e o recálculo do adicional). A capacidade de identificar e aplicar essas oportunidades interdependentes representa uma vantagem competitiva crucial.  Metaforicamente , lidar com a legislação do Lucro da Exploração e seus incentivos associados é como pilotar um navio em águas complexas: a rota principal (a redução de 75%) é conhecida, mas o verdadeiro valor e a eficiência da viagem residem em identificar e aproveitar as correntes marítimas e ventos favoráveis (as oportunidades diferenciadas) que exigem um know-how especializado para serem plenamente capitalizadas.

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Está disponível também, dentro dos módulos "Calculadora da Reforma - Entradas" e "Calculadora da Reforma - Saídas" nos resumos "Entradas - Detalhado" e "Saídas - Detalhado", os relatórios com a informação do CNPJ do estabelecimento da empresa e CNPJ/CPF do participante:
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